terça-feira, 6 de abril de 2010

“Chegue bem perto de mim.
Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa.
Ou não diga nada, mas chegue mais perto.
Não seja idiota, não deixe isso se perder,
virar poeira, virar nada."
Caio F. Abreu


É muito agonizante olhar o teto sem saber o que fazer.

Nada mais cansativo do que esperar respostas que só o tempo pode dar. Talvez eu não esteja esperando só respostas, talvez eu queira algo mais profundo, como a ciência do sentir. O corpo amolecido sobre o colchão – anestesiado. A boca seca, a garganta ardida, e o coração na mão. E eu quase chorei repentina e repetidas vezes. Não vejo um caminho, mas há uma lagrima no canto do olho latejando uma imagem que eu mesma fiz de algo que nem existe. E o peito inflama e dói, e ainda mais por saber que só começou. Espera-se e só. Às cegas, impotente. Um “fica” e “vai” no pensamento. E é inútil tentar decidir entre um e outro porque eu sei que em cinco minutos eu vou me questionar, pela milésima vez, se foi o certo.

Dizem que esperar faz parte né? Só não sei de quê.


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