A verdade é que, apesar dos desencontros, aquilo que a vida nos permitiu encontrar um no outro, preserva intacto seu valor. E na essência mais pura dos nossos corações eu sei que você e eu seremos sempre nós, e mais depois com nossas rusgas e lembranças, com nossas diferenças e decepções e com nossas semelhanças e sonhos que frágeis nasceram e frágeis morreram. Eu não posso negar o tremor ao sentir meu coração pulsando tão acelerado como quando a gente encontra alguém que não ver há muito e grita, corre, abraça, chora, não sei.. prefiro deixar o meu coração em segredo. Mas ao mesmo tempo me parece tão desconhecido. Não me encontro lá, e mais: não consigo o encontrar aqui. E é tudo numa velocidade inesperada como esse vento forte soprando toda a rigidez do inverno. Olho pra fora, e não importa mais, já que resolvi tirar o mofo da vida. Eu hoje sou pé no chão, olhos pro céu. Sou jardim, música, fé. Salto de bailarina assim no espaço vago, deixo ir o que não me pertence, eis aqui o segredo da leveza. E já não me falta coragem e vontade de viver. Destranquei os sorrisos. Sem me preocupar se amanhã é segunda eu só quero saber, com uma certa preguiça, que hoje é domingo. E eu descobri que se eu quizer o que era doce não precisa se acabar. Se pra lembrar é preciso esquecer, então esqueça tudo que te impede de lembrar daquilo que realmente importa.

E eu? Eu prefiro deixar meu coração em segredo.